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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Cortes no Orçamento podem prejudicar expansão de cursos de mestrado e doutorado

Quarta, 06 de Julho de 2016 

Foto: Reprodução / Guia do Estudante

A crise econômica do Brasil pode reduzir a expansão dos cursos de mestrado e doutorado, alertou o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane. "Se houver um corte episódico, em período de tempo curto, supera-se rapidamente. O sistema pode absorver um ano de sacrifícios, mas se forem dois, três ou quatro, não poderá operar no sentido que vem, de expansão virtuosa", diz à Agência Brasil. "O prejuízo maior será para atividades mais complexas e mais sofisticadas que demandam mais recursos em laboratórios e outros insumos, como as engenharias e a saúde", explicou. O impacto, segundo Laplane, poderá ser a falta de mão de obra qualificada e especializada no mercado, em áreas de ponta, o que poderá prejudicar ainda mais a economia. Segundo ele, 2016 foi o ano em que houve cortes significativos que afetam a pós-graduação. Caso a situação melhore em 2017, não haverá prejuízos no ritmo de formação. "Este ano, a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] e o CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] estão fazendo um esforço fantástico para manter as bolsas concedidas há dois, três anos. Mas estão segurando a concessão de novas bolsas", acrescenta. Para se ter ideia, a dotação orçamentária da Capes, ligada ao Ministério da Educação, vinha em ritmo de expansão até 2015, quando passou de R$ 6,1 bilhões, em 2014, para R$ 7,4 bilhões, em 2015. Em 2016, o Orçamento caiu para R$ 5,3 bilhões. O CGEE, organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, lançou hoje (5) a publicação Mestres e doutores 2015: Estudos da Demografia da Base Técnico-Científica Brasileira. De acordo com o estudo, o número de programas de mestrado e doutorado mais que triplicou entre 1996 e 2014 - os mestrados tiveram expansão de 205% e os doutorados, de 210%. O aumento no número de títulos concedidos nesse período foi ainda maior, com um crescimento de 379% entre os mestres e 486% entre os doutores. O levantamento mostra ainda que houve uma ampliação dos programas para outras regiões. Em 2014, São Paulo e o Rio de Janeiro responderam, em conjunto, por 36,6% dos títulos de mestrado e 49,5% dos títulos de doutorado concedidos nesse ano, valores menores que os apresentados em 1996, de 58,8% na titulação de mestres e 83,4% de doutores. A participação de estados do Norte e Nordeste aumentou.

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