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sábado, 11 de junho de 2016

Cunha recebeu propina no Uruguai, diz ex-vice-presidente da Caixa em delação

Sábado, 11 de Junho de 2016 

Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu propina também em contas no Uruguai, desta vez em troca da liberação de recursos do Fundo de Investimento do FGTS para obras superfaturadas. A revelação foi feita pelo ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, após acordo de delação premiada, ainda não homologado pelo ministro Teori Zavascki. De acordo com O Globo, Cleto era ligado ao doleiro Lúcio Bolonha Funaro, um dos operadores de propina para Cunha, e conhece as relações entre ambos. Na delação, o ex-vice-presidente da Caixa disse reforçou que o dinheiro destinado a Cunha passou por contas em vários países, como Suíça e Uruguai, e que houve de fato pagamento de R$ 52 milhões em propina para o parlamentar em troca de recursos do FI do FGTS para financiar obras imobiliárias da OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia, no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Cunha e Cleto foram alvos da Operação Catilinárias, feita pela Procuradoria-Geral da República e pela Polícia Federal em 15 de dezembro do ano passado. Foram apreendidos documentos na residência oficial de Cunha e na Caixa Econômica, onde Cleto trabalhou por mais de quatro anos. Quando surgiram rumores sobre a delação de Cleto, emissários de Funaro teriam procurado a Lava Jato para examinar a possibilidade de o doleiro também fazer o acordo, mas houve mudança de ideia logo depois. Funaro contratou o advogado Antônio Mariz, o mesmo do presidente interino Michel Temer, e passou a dizer que não fará acordo com o Ministério Público. Procurado pelo Globo, Funaro disse que apenas seu advogado falará sobre as acusações de Cleto. O advogado do ex-gestor, Adriano Salles Vanni, disse que não falará sobre o assunto até a deliberação do STF. A defesa de Cunha, por sua vez, afirmou que não comentará as acusações por não ter tido acesso aos autos, e negou que o parlamentar tenha cometido qualquer irregularidade.

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