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sexta-feira, 29 de abril de 2016

O governo acabou na Câmara, diz Cunha

Sexta, 29 de Abril de 2016

por Daiene Cardoso e Julia Lindner | Estadão Conteúdo
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta quinta-feira (28) que a Casa esteja paralisada em virtude do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que agora está no Senado. Ele, no entanto, admitiu que o ritmo dos trabalhos dos deputados foi desacelerado. "O problema é que não tem governo, o governo não existe na Câmara. Não existe nem para encaminhar votação. O partido do governo está obstruindo (a votação) de sua própria Medida Provisória. A verdade é que o governo acabou na Casa", resumiu. Para Cunha, o período em que se aguarda a decisão do Senado é difícil porque "não há diálogo, nem com quem dialogar" no governo. Ele afirmou que não houve paralisia nos trabalhos da Câmara, lembrou que as comissões permanentes já foram escolhidas e começarão a funcionar na próxima semana. "Vai continuar havendo votações", declarou. Nesta quinta, por exemplo, foi votado um pedido de urgência para a proposta de reajuste do Judiciário, mas Cunha ressaltou que não há, ainda, acordo para votação do mérito da matéria. Ele negou que tenha dito que a Câmara não votaria nada durante o processo de impeachment, mas comentou que não havia vontade política entre os líderes partidários para votar. "Obviamente não estamos num ambiente de normalidade. Esse ambiente só voltará a uma normalidade após a decisão política que o Senado vai proferir, seja ela qual for, então obviamente que a Casa e o mundo político estão em compasso de espera por essa situação, mas isso não significa que não vamos continuar funcionando", afirmou. Alvo todos os dias de ataques duros e discursos incisivos dos adversários, que não cansam de chamá-lo nas sessões plenárias de "bandido", "corrupto" e "gângster", Cunha voltou a prometer que vai entrar com queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os parlamentares e pedirá a abertura de processo na Corregedoria da Casa contra os que saíram da crítica política e partiram para a agressão e a ofensa pessoal. O peemedebista - que costuma ignorar os ataques e atuar como se não tivessem falando dele - disse que não cairá no "golpe" dos que querem provocar uma reação destemperada dele, e afirmou que está sendo atacado por "membros de uma organização criminosa que é o PT". "Na verdade o que está havendo é um desespero, um desespero de quem vai perder as suas boquinhas, de quem está saindo do governo e não se conforma com o resultado da votação. Esse desespero que está sendo colocado por esse partido assemelhado a uma organização criminosa, que não tem autoridade moral para atacar quem quer que seja e fica tentando. Funciona como um punguista na praça, que bate a carteira e grita 'pega ladrão'", reagiu.

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