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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Pego com R$ 2,5 milhões em casa, dono de concessionárias diz à PF não ter conta bancária

Quinta, 21 de Janeiro de 2016 

por Fabio Fabrini, Fausto Macedo e Andreza Matais | Estadão Conteúdo

Foto: Divulgação
Dono da Caoa, companhia que monta veículos e possui uma rede de concessionárias em todo o país, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, afirmou em depoimento à Polícia Federal não ter nenhuma conta bancária em seu nome. A explicação foi dada para justificar a guarda de R$ 2,5 milhões em dinheiro vivo em sua casa, apreendidos em outubro. Oliveira Andrade é um dos alvos da Acrônimo, que apura suposta compra de portarias do governo federal que concederam incentivos fiscais à sua montadora, a Caoa, que fabrica modelos Hyundai no Brasil. Os benefícios foram concedidos na gestão do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges, que sucedeu no cargo o atual governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). A Caoa pagou R$ 2,8 milhões a empresas de Benedito Rodrigues, o Bené, empresário que tratou dos benefícios com Borges e é apontado como operador de Pimentel. Conforme a PF, os repasses foram vantagens indevidas pagas indiretamente ao governador petista. Todos negam qualquer conduta irregular. Outra operação da PF, a Zelotes, também apura suposto pagamento de propina a servidores públicos e autoridades do governo em troca de medidas provisórias que concederam incentivos fiscais a montadoras, entre elas a Caoa. Os R$ 2,5 milhões em notas estavam num dos endereços de Oliveira Andrade em São Paulo, parte acondicionada em sacos plásticos. Ao depor à PF, o empresário disse ser acionista da Caoa e que "normalmente faz as retiradas da empresa em dinheiro, uma vez que não possui conta em banco". No depoimento, ele não esclareceu porque não tem conta bancária. Durante a oitiva, o advogado de Oliveira Andrade, José Roberto Batochio, acrescentou que o expressivo montante em espécie se destinava a pagar funcionários, reforma e despesas de toda a família, além de bancar viagens em jatinhos. Tanto que, segundo ele, o empresário declarou ao Imposto de Renda guardar R$ 5,2 milhões em casa em 2014. O total de bens e direitos informados ao Leão naquele ano era de R$ 833 milhões. Oliveira Andrade negou ter pago qualquer quantia a Bené ou a Pimentel. Ele alegou não saber por que a Caoa repassou R$ 2,8 milhões às empresas de Bené, mas informou acreditar que se tratava de pagamentos por serviços de marketing prestados à montadora.

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