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quinta-feira, 25 de junho de 2015

'O sistema vai mudar?', questiona presidente da Andrade Gutierrez Construção

Sexta, 26 de Junho de 2015 

por Mariana Durão | Estadão Conteúdo
Empresa é responsável por obra do metrô | Foto: Ag. Haack

O avanço da Operação Lava Jato sobre as empreiteiras e a Petrobras será ineficaz se não houver mudança também do lado do governo, avalia o presidente da Andrade Gutierrez (AG) Construção, Clorivaldo Bisinoto. O executivo admite que o envolvimento da AG nas investigações do esquema de corrupção afetou sua capacidade de financiamento e garante que a empreiteira quer participar do programa de concessões de infraestrutura. Na decisão em que determinou a prisão preventiva de executivos da Odebrechet e da Andrade Gutierrez, o juiz Sérgio Moro, à frente da Operação Lava Jato, sustenta que o programa de concessões recém lançado poderia ser uma nova fonte de corrupção para as empreiteiras, que poderiam reincidir em crimes. "O sistema vai mudar? Se o sistema não mudar muitas empresas vão continuar jogando o jogo do sistema. Nós não, já definimos. Quem é essa figura que está trabalhando para mudar o sistema? Não estou vendo isso. Até agora só um lado está sendo questionado. E o outro lado?", disse Bisinoto, que cuida de obras como Belo Monte e o Metrô da Bahia. Em comunicado público a Andrade Gutierrez rechaçou o argumento de Moro, afirmando que "é inconstitucional e ilegal a afirmativa da "equipe" de acusação de que as empresas ora investigadas não deveriam participar do novo pacote de investimentos do governo federal. "Achamos que estamos limpos e vamos continuar como empresa de engenharia de construção. Se surgir um programa de concessões, a gente quer participar", diz Bisinoto. Ele enxerga espaço para a Andrade Gutierrez em todas as áreas: portos, aeroportos, logística, ferrovias. Mas critica a falta de regras claras do programa, que diz ainda não passar de "intenção". Questionado sobre os impactos da Operação Lava Jato para o grupo Andrade Gutierrez, o presidente da AG Construção admite que o envolvimento no processo afetou sua capacidade de financiamento. Segundo ele, agora a preocupação é quanto a um possível rebaixamentos da nota de classificação de risco pelas agências de crédito.

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