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quinta-feira, 26 de março de 2015

Justiça decreta nova prisão de operador do PMDB por propinas para barrar CPI

Quinta, 26 de Março de 2015


por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo | Estadão Conteúdo

Foto: Reprodução/Veja

A Justiça Federal decretou nesta quarta feira, 25, nova ordem de prisão preventiva do lobista Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na Petrobras por suspeita de ter intermediado pagamento de propinas para engavetar a CPI da estatal petrolífera em 2009. Em sua decisão, que acolhe pedido do Ministério Público Federal, o juiz Sérgio Moro, condutor das ações penais da Operação Lava Jato, destacou que "surgiram mais provas a respeito dos crimes pelos quais Fernando foi denunciado, novas provas sobre outros crimes de que teria participado e ainda, em especial, prova de que ele teria intermediado o pagamento de propinas para obstruir o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito de 2009 e 2010, evidenciando risco à investigação e à instrução". A primeira ordem de prisão contra Fernando Baiano foi decretada em 21 de novembro de 2014. Ele já está preso, na Custódia da Polícia Federal. Baiano chegou a estudar a possibilidade de fazer delação premiada, mas foi dissuadido. A investigação mostra que ele teria repassado US$ 30 milhões em propinas para o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró (Internacional), indicado pelo PMDB para o cargo, na contratação de navios sondas, em 2005 e 2006. A segunda ordem de prisão contra o operador do PMDB foi determinada a partir do levantamento do sigilo sobre o conteúdo dos depoimentos prestados no acordo de colaboração premiada celebrado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. "Com o levantamento do sigilo sobre os depoimentos prestados na colaboração premiada, foi revelado que dezenas de parlamentares, incluindo agentes políticos de destaque, teriam recebido valores decorrentes do esquema criminoso, parte para financiamento eleitoral, parte para enriquecimento ilícito pessoal", assinala o juiz Sérgio Moro. Moro ressalta que o Ministério Público Federal apresentou "fato absolutamente novo a justificar a decretação da preventiva também para prevenir risco à aplicação da lei penal". "Com o levantamento do sigilo sobre os depoimentos da colaboração premiada de Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, veio à luz informação de que teria havido pagamento de propina a parlamentares para obstruir as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras dos anos de 2009 e 2010, anotou o magistrado. "Fernando Soares, como operador de propinas da empreiteira Queiroz Galvão, teria na ocasião se encarregado de pagar os parlamentares para obstruir o regular funcionamento da CPI."

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