martins em pauta

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Esconder rombo foi pior para a Petrobras

Quinta, 29 de Janeiro de 2015 

por Samuel Celestino

Foto: Reuters

A decisão, que teria sido uma orientação direta do Palácio do Planalto, ordenando excluir os prejuízos decorrentes do maior esquema de corrupção que já aconteceu no Brasil, enodoa, mais do que esperava, o balanço apresentado pela Petrobras, notadamente nos Estados Unidos e, de maneira geral, nos países europeus, onde a petroleira brasileira gozava, não faz muito, de grande prestígio e era considerada uma das maiores do mundo. A absurda decisão de esconder o rombo foi para as páginas mais importantes dos jornais americanos e europeus, dificultando ainda mais a situação da estatal, que poderá ter dificuldades para conseguir crédito em bancos importantes. O mais certo é dizer que o crédito será escasso, o que será mais um problema para a estatal. Os países do hemisfério norte não aceitam que balanços de empresas como a petroleira escondam rombos, engabelando consequentemente os acionistas. Se, no Brasil, as ações da Petrobras caíram ontem 11% do seu valor, nos países de cima foi pior. Para a Petrobras e para o País como um todo, o que poderá também refletir nas grandes empresas nacionais. O entendimento que se generalizou é que o governo brasileiro não foi correto, nem a estatal poderia esconder rombos, corrupção, quaisquer que fossem por ser um direito dos acionistas terem claro e límpido conhecimento da real situação da empresa. Se a decisão foi do Palácio do Planalto ou da própria Petrobras, já não importa. A consequência foi pior do que ter mostrado a verdade. Presume-se que a petroleira pagará um preço caro, na medida em que a confiança que nela ainda se depositava foi definitivamente para o brejo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643