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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Vale o título, mesmo com pouco futebol

Quarta-Feira - 18/06/2014

Guillermo Ochoa Brasil x Mexico (Foto: Reuters)
Opinião

Vi Brasil 0 x 0 México. Placar irritante, mas normal, diante das circunstâncias do próprio jogo.

Claro que a torcida nacional utópica e míope quer goleada.

Ficou de bom tamanho. Poderíamos ter ganho, não fosse o iluminado goleiro Ochoa.

Sim, mas não me venha com aquele lugar-comum absurdo: “Se não fosse o goleiro…”

O goleiro faz parte do time; ele não é uma entidade à parte. É ele e mais dez. Portanto, sua boa atuação conta para o placar final.

No Brasil, de novo se repete o óbvio ululante: somos dependentes de Neymar, o Neymar Júnior.

Pelo visto, fez falta o Hulk na sustentação do meio de campo e proximidade com ataque.

Paulinho está fora de ritmo, aquém do que fora na Copa das Confederações. Por que não testar Hernanes ou mesmo Fernandinho?

Daniel Alves, na ala direita, é apenas esforçado. Pode surpreender com um gol, com uma jogada alçada na área, mas nem de longe é aquele ala dos bons tempos do Barcelona.

Temos uma defesa que parece inexpugnável com Thiago Silva e David Luiz. O goleiro Júlio César vai passando confiança. Na frente da zaga, Luiz Gustavo é discreto, mas seguro.

Mas existiu um vácuo entre defesa, meio de campo e ataque, em que Fred ficou isolado e os que entraram não conseguiram mostrar muito mais, como Bernard e Jô. Oscar não repetiu o show contra a Croácia.

Contra Camarões teremos um jogo teoricamente menos complicado, com boas possibilidades de vencermos. Entretanto daí para frente, o que não for remendado, vai estourar.

Até aqui, nenhuma outra seleção parece disparadamente melhor do que a brasileira. Temos Alemanha (boa performance contra Portugal) e Holanda um pouco acima em termos de qualidade. Porém nada de espetacular. A primeira é até mais sólida, homogênea, como comum aos times alemães.

As demais, do mesmo nível da verde-amarelo ou abaixo.

Se lá atrás continuarmos sobrando, os ajustes no meio e na frente podem fazer a diferença até o título. Contudo estou convicto de que dificilmente teremos espetáculo e cada jogo precisaremos mais de um Neymar Júnior para decidir, o que a grande maioria das seleções não tem.

Vale o título.

É o que importa.



Fonte: Carlos Santos

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