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sábado, 26 de abril de 2014

Flávio Rocha revela que a Riachuelo continua migrando para outros pontos pela burocracia no RN


sábado, 26 de abril de 2014


O empresário Flávio Rocha, do grupo Riachuel, afirma que o Governo do Estado faz as mesmas exigências aos pequenos empreendedores, que os que são feitos aos grandes grupos como o que comanda. Confira trechos da entrevista concedida ao jornal Tribunal do Norte, deste sábado, 26.





De quanto é o crescimento da Riachuelo e qual a participação do RN nesse crescimento?
Só o crescimento da Riachuelo vai gerar 150 mil empregos entre os seus fornecedores até 2018. Desses, 20 mil só em lojas. Cada emprego no varejo significa cinco empregos nos fornecedores. O RN teria condição de disputar uma parcela significativa desses empregos, mas esbarra claramente na burocracia. Há um nível de exigência para esses pequenos empresários (das facções) compatível com o que é exigido de grandes empresas, como a Guararapes.

Que tipo de burocracia? Quantas facções vocês já contrataram?
O número de facções que contratamos está muito aquém do que queríamos, que era 300 facções. Uma pena, porque era um projeto que tinha potencial de transformar o Estado, mas os empregos estão sendo transferidos para outras regiões, como o Paraguai. Acreditávamos que o Pró-Sertão seria um grande fornecedor da Riachuelo.

Quais as dificuldades que a Guararapes enfrenta hoje no Estado?
A Guararapes recebeu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de 40 itens que oneraram muito, que fizeram a fábrica do RN perder competitividade. Isso também tornou bem menos competitivo o projeto Pró-Sertão. Enquanto isso, a participação do produto importado tem crescido muito. Um exemplo é a participação do Paraguai, que consegue praticamente a mesma competitividade que a China, com o diferencial da agilidade, pois tudo em moda é muito perecível. A produção na China chega a 30% do custo da produção no RN.

Qual a participação hoje do RN na produção para a Riachuelo?
Infelizmente o nosso principal fornecedor se tornou o escritório de Xangai, que em 2010 representava 5% e hoje representa 35%. É uma pena. Boa parte desses empregos poderiam estar sendo gerados no RN. A Guararapes chegou a gerar 19 mil empregos no Estado, hoje conta com apenas nove mil. Até 2010, 90% da confecção da Riachuelo era própria, nas fábricas de Natal e Fortaleza. A Riachuelo vende, atualmente, 150 milhões de peças/ano, das quais a Guararapes participa, em média, com 40 milhões. Hoje isso representa menos de 35% da nossa demanda. Mesmo com o crescimento da Riachuelo, único cliente da fábrica Guararapes no RN, não houve aumento da participação. O Estado produz apenas 20%.

Por que a Guararapes enxugou a fábrica do RN, em 2012, e resolveu investir no Ceará? Vocês recebiam mais incentivos fiscais lá?
A fábrica de Natal perdeu competitividade pelos excessos normativos. O incentivo fiscal do Ceará é praticamente o mesmo do RN. O que tínhamos no RN era um certo assédio burocrático.

Vocês pensam em fechar a fábrica do RN?
Não. A produção está diminuindo, mas o que nos dói é que os nossos conterrâneos poderiam estar tirando um grande proveito do nosso crescimento, mas não consegue.

Fonte: Tribuna do Norte

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